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Gestão

Como fazer um mapa conceitual? Passo a passo e ferramentas para você criar o seu!

Por Jessica Azevedo

3 anos atrás
Imagem ilustrativa de mapa conceitual

Mapa conceitual é uma estrutura gráfica que procura ilustrar visualmente as relações entre diferentes conceitos, figuras e ideias para facilitar a identificação de informações importantes, melhorar o aprendizado e estimular a criatividade. Pode ser criado manualmente ou por meio de ferramentas.

Embora os mapas conceituais sejam muito conhecidos por sua aplicação nos estudos, eles estão por toda a parte, sobretudo no mundo digital. Seus princípios de organização de conteúdo podem ser observados no design de aplicativos, na estrutura de links dos blogs e também em imagens postadas por empresas e influenciadores em estratégias no Instagram e outras redes sociais.

O seu esquema é inspirado nos tradicionais organogramas utilizados para representar, visualmente, a estrutura hierárquica de uma empresa com seus cargos, equipes e departamentos. Os mapas conceituais, porém, são mais fluidos e detalhados, e sua função vai muito além de simplesmente ilustrar ou organizar informações.

Como você entenderá neste artigo, a maneira como esses mapas são criados e trabalhados é muito semelhante à maneira como o nosso cérebro cria e administra memórias, e essa é uma das principais razões para eles serem tão efetivos na aprendizagem.

A técnica, porém, é capaz de se ajustar aos mais variados contextos, uma vez que não deve existir um modelo ou template único para sua aplicação. É recomendável se basear nas teorias originais, mas você é livre para criar estruturas originais de acordo com suas necessidades e preferências.

Continue a leitura para saber tudo sobre esse método e aprender a fazer um mapa mental, passo a passo!

O que é um mapa conceitual e como ele surgiu?

Como dito, os mapas conceituais são um esquema visual que busca integrar diferentes conceitos dentro de uma estrutura de fácil compreensão e análise. Como são construídos com foco em temas generalistas e palavras-chave, não em descrições, eles são capazes de reunir uma enorme quantidade de informações dentro de uma mesma folha, página ou tela.

A teoria original foi criada pelo pesquisador norte-americano Joseph Novak, ainda nos anos 1970. O objetivo de Novak, na época, era desenvolver uma técnica que facilitasse a organização e a avaliação do grande volume de dados de entrevistas clínicas que ele realizava em seus estudos.

Embora a estrutura tenha sido inspirada em organogramas, seus mapas mentais se baseiam na teoria de aprendizagem significativa de David Ausubel, que defendia que as informações são fixadas na mente por meio de suas correlações com informações anteriores. Ou seja, só aprendemos uma ideia nova quando a relacionamos com outras já memorizadas.

Sendo assim, podemos dizer que a aprendizagem funciona a partir de uma espécie de “ancoragem” de ideias, e é exatamente esse princípio que está na base dos mapas conceituais. É também por essa razão que eles são também conhecidos como mapas mentais.

Para que serve um mapa conceitual?

Os mapas conceituais têm diversas aplicações, ainda que em praticamente todas elas exista algum apelo à aprendizagem, à memorização ou à criatividade. Pensando em suas características, podemos citar as seguintes funções em que ele se encaixa:

  • organização de tarefas: indo um pouco além de um organograma, você pode usar um mapa conceitual para criar um fluxo de atividades para a sua rotina pessoal ou para o dia a dia do seu negócio, esclarecendo prioridades, alternativas e dependências;
  • gerenciamento de projetos: tal como na organização de tarefas, você pode utilizar um mapa mental para definir as ações que devem ser desenvolvidas em um projeto, ilustrando, por exemplo, objetivos e metas de curto e longo prazo;
  • criação de ideias: ao reunir vários tópicos ou temas chaves dentro de um mesmo contexto visual, os mapas aguçam a criatividade e permitem identificar problemas ou oportunidades em um determinado assunto com muito mais facilidade;
  • planejamento de um negócio: você também pode usar os mapas mentais para facilitar a apresentação ou a avaliação de dados coletados em estudos de mercado e desenvolver um planejamento estratégico relacionando oportunidades e ações a serem realizadas;
  • produção de conteúdo: se a sua marca investe em Marketing de Conteúdo, utilizar mapas mentais em postagens nas redes sociais e artigos de blogs pode ajudar a simplificar conceitos para a sua audiência;
  • aprendizado: fazendo uso do seu principal objetivo, os mapas conceituais são excelentes ferramentas para revisar conteúdos e fixar conceitos, justamente por ajudarem a visualizar as relações entre as ideias.

O que não pode faltar em um mapa conceitual?

Os mapas conceituais são uma das técnicas de estudo apresentadas pelos acadêmicos Barbara Oakley e Terrece Sejnowski no curso gratuito Aprendendo a Aprender, um dos mais prestigiados da plataforma Coursera. De acordo com os professores, os mapas se encaixam muito bem no chamado Processo de Associação em Blocos (ou “Chunking”).

Basicamente, os blocos de memória são uma espécie de pacote de informação que pode ser acessado facilmente. Nós não podemos manter um grande volume de dados em nossos pensamentos atuais, mas conseguimos acessar outras informações acessando esses “pacotes”. Os mapas conceituais seguem exatamente esse princípio, pois não trabalham com descrições, apenas com conceitos e temas-chave.

Observe que ao analisar um mapa mental sem fazer a menor ideia dos assuntos abordados nele, o esquema mais se parece um quebra-cabeças embaralhado. Somente quando você tem um entendimento prévio dos conceitos abordados que a estrutura ganha sentido. É o conhecimento anterior, que se relaciona com o conceito exposto no mapa, que cria a chamada “significação”, que é quando as ideias se unem e se esclarecem em nossas mentes.

O que tudo isso significa? Que os mapas conceituais dependem de algum conhecimento prévio dos temas abordados, pois seus conceitos em destaque, assim como as relações ilustradas entre eles, nos ajudam apenas a acessar memórias, e é a partir da relação entre elas que conseguimos visualizar e criar novos conceitos.

Como fazer um mapa conceitual?

Agora que você sabe as origens e os princípios dessa técnica, é hora de aprender a fazer um mapa conceitual. É só seguir o passo a passo a seguir!

Defina o tema central ou o objetivo

Os mapas conceituais podem ser bastante generalistas, mas é importante que a sua estrutura se apoie em um tema central. Esse tema é o assunto principal do seu esquema e a partir do qual todos os conceitos trabalhados partirão.

O tema também pode ser um objetivo, como o desenvolvimento de uma nova ideia de negócio, por exemplo. Esse será o eixo principal do seu mapa e, por isso, deve ser inserido no centro ou no topo do seu esquema.

Faça um estudo do tema central

Para ser capaz de identificar os conceitos principais e traçar boas relações entre eles, você vai precisar estudar o tema central ou levantar informações relacionadas, realizando uma pesquisa, por exemplo. Esse será o conteúdo bruto do seu esquema que será absorvido anteriormente, mas poderá ser facilmente resgatado depois.

Na aprendizagem de um conteúdo, esse estudo pode ser feito por meio de leituras e treinamentos convencionais. Na resolução de um problema, pode ser feito por meio da avaliação de outras pessoas ou empresas que passaram por situações semelhantes. Na criação de ideias, pode-se levantar exemplos, oportunidades, desafios ou classificações.

Liste todos os conceitos-chave do tema

Os conceitos-chave são as ideias principais que dão estrutura ao conhecimento que você deseja adquirir ou construir. São eles que você citará no seu mapa mental e entre eles que você criará relações de hierarquia, dependência, tempo ou qualquer outra.

A melhor maneira de identificar esses pontos principais é listar todos os trechos e conceitos que considera imprescindíveis ao longo do seu estudo. Você pode anotar em uma folha de papel ou usar um aplicativo de notas, só não se preocupe em organizá-los, por enquanto.

Escolha ou crie um método de organização

Aqui, você deve definir a lógica das relações entre os conceitos. Você pode adotar uma ou várias delas, desde que elas sejam aplicadas em todo o esquema e obedeçam sempre às mesmas regras, para não comprometer a inteligência do mapa.

Se você pretende criar um mapa conceitual para ilustrar um fluxo de tarefas, por exemplo, pode criar relações cronológicas para esclarecer a sequência de ações que seu projeto deve obedecer. Se deseja ter novas ideias, pode criar grupos com conceitos semelhantes e estabelecer relações entre eles, destacando também vantagens e desvantagens de cada um.

Na proposta original de Novak, que era centrada em aprendizagem e memorização, solicita-se apenas que os termos relacionados fiquem perto uns dos outros e sejam traçadas linhas para conectá-los e ilustrar suas relações. Essa abordagem, porém, não precisa ser obedecida, pois como elas tratam da forma como cada pessoa constrói as bases do seu aprendizado, não há como existir um mapa conceitual “correto”. O seu esquema é fluido.

Defina o meio em que montará o seu mapa conceitual

Assim como a lógica, não há nenhuma regra fixa para o meio no qual você deve criar um mapa conceitual. Você pode fazê-lo à mão usando uma folha de papel ou utilizar alguma ferramenta para simplificar o processo.

Em 1997, os pesquisadores White e Gunstone propuseram o uso de cartões em um quadro. Você deve utilizar um cartão para cada termo ou conceito que conhece sobre o tema central. Depois, deve avaliar os cartões, descartando aqueles que não tem relação com os outros e também aqueles cujo conceito você não entendeu. O restante deve ser posicionado de forma que os termos relacionados fiquem próximos, deixando um espaço para as linhas que serão traçadas depois.

Posicione, relacione, compreenda e descubra novas ideias

Embora os mapas conceituais sejam muito utilizados como conteúdo didático ou para a apresentação de projetos, é importante destacar que seus principais benefícios surgem ao criá-lo. É justamente o exercício de organizar termos e conceitos que permite que a sua mente compreenda as suas relações, resgate memórias e descubra novas ideias.

Caso o seu objetivo seja apresentar ou explicar conceitos, seja para sua equipe, seja para o público das suas redes sociais, por exemplo, procure sempre ilustrar muito bem as relações para ser capaz de conduzir as pessoas corretamente e também oferecê-las essa experiência de aprendizagem e descoberta.

Quais ferramentas utilizar para criar mapas conceituais?

A forma mais comum de criar mapas conceituais atualmente é usando sites e aplicativos especializados. São diversas opções disponíveis na internet, algumas gratuitas, outras pagas. Caso não esteja a fim de usar caneta e papel, é só escolher uma das opções a seguir!

Canva

O Canva é uma das mais famosas plataformas de design do mundo. Suas ferramentas permitem que qualquer pessoa, sobretudo leigos, sejam capazes de criar conteúdos visuais de alta qualidade para trabalho, estudo ou para postar nas redes sociais.

Entre suas diversas possibilidades, o serviço oferece templates para a criação de mapas conceituais. Com eles, você precisará apenas preencher os espaços e puxar as setas para desenvolver a relação entre os termos.

Miro

O Miro é uma plataforma focada em diagramas, quadros de notas e, claro, mapas conceituais. O serviço oferece templates para diversos tipos de objetivos e permite que os mapas sejam construídos em equipe, de forma online.

LucidChart

O LucidChart é também um software desenvolvido especialmente para a criação de diversos tipos de diagramas, incluindo os mapas conceituais. A plataforma conta com vários recursos de edição, como formas, blocos e figuras que podem ser coloridas e ajustadas de várias maneiras.

Coogle It

Essa ferramenta de mapas mentais também funciona completamente online e permite os mais variados tipos de edição, incluindo o ajuste de fontes e o upload de imagens. O Coogle It se destaca por apresentar recursos interessantes, como o modo história que permite acompanhar todo o histórico de modificações do mapa e os usuários responsáveis por cada uma delas.

SimpleMind+

O SimpleMind+ é um aplicativo profissional para iPhone e Android cuja maior vantagem está em sua interface simples e intuitiva. Como diferencial, ele permite sincronizar arquivos com o Dropbox e o Google Drive, para facilitar a criação e o compartilhamento.

MiMind

O MiMind é outro aplicativo para iPhone e Android muito interessante para criar mapas mentais de forma simples e rápida usando apenas o celular. Seu funcionamento é semelhante aos anteriores e também permite criar apresentações.

Como você pôde perceber, os mapas conceituais são muito mais interessantes e poderosos do que parecem, e felizmente nunca tivemos tantas ferramentas para criá-los e utilizá-los. Entre suas diversas aplicações, eles podem ser um instrumento bastante eficaz na organização de negócios e na criação de ideias.

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Por Jessica Azevedo

Graduada em Turismo e pós graduada em Marketing Digital aplicado à Tecnologia da Informação. Tem na bagagem mais de 3 anos em SEO e tem como foco levar os melhores conteúdo para quem quer conhecer mais sobre o mercado digital.

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