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Preço inbox: saiba por que você não deve utilizar essa estratégia no seu negócio

Entendo por que não utilizar a estratégia de preço inbox

Veja o que você irá encontrar neste artigo

Utilizar a prática do preço inbox, além de mau vista pelos consumidores, é ilegal. O Código de Defesa do Consumidor proíbe esse tipo de estratégia e aplica sérias sanções legais em quem ainda implementar esta prática na divulgação dos seus produtos e serviços.

Já ouviu a famosa frase “preço inbox” quando comentou em algum post nas redes sociais? Pois saiba que essa prática é crime e, por isso, você não deve implementá-la na sua loja online. Mesmo com todos os possíveis benefícios que ela poderia trazer para o seu negócio, não é vantajosa a longo prazo, visto que sanções graves podem ser aplicadas.

As mesmas punições podem ser aplicadas para quem não tem uma loja virtual e ainda vende exclusivamente pelas redes sociais, já que nesse contexto, elas são encaradas como uma forma de e-commerce, o social commerce. Por isso, decidimos trazer um post completo com todas as informações sobre essa prática proibida. Acompanhe!

O que é o preço inbox?

O preço inbox é uma prática que se tornou bastante comum entre os vendedores que não contam com a estrutura de uma loja virtual, por lojistas que trabalham em marketplace ou como afiliados. Muito presente nas redes sociais, acontece quando os perfis das lojas ocultam o valor dos produtos divulgados.

Quando são questionados sobre o valor do produto nos comentários — ou até mesmo na legenda do post —, avisam que o preço será divulgado por meio de uma mensagem privada na rede social em questão. Essa estratégia é utilizada para aumentar a interação com a conta ou simplesmente para gerar mais expectativa no consumidor.

Pior ainda, o preço por inbox pode abrir margem para um comportamento antiético do lojista, que é a aplicação de preços diferentes para um mesmo produto. Nesses casos, o gestor da rede social em que o produto foi anunciado entra no perfil do cliente e, a partir daí, decide o melhor preço para ofertar pelo item.

Além de desrespeitosa, essa prática é inadmissível. Sendo assim, essa iniciativa está longe de ser uma boa estratégia no que diz respeito ao marketing da empresa ou das vendas em si. De acordo com a legislação, o lojista pode sofrer diversas sanções, inclusive um processo do Procon.

O que a lei diz sobre o preço inbox?

De acordo com a lei, nenhuma empresa pode dificultar ou ocultar o acesso do cliente ao preço de um item. Apresentar esses valores apenas por meio de mensagem privada é uma prática criminosa e vai contra a Lei 13.543/2017.

Além disso, o lojista que, mesmo assim implementar essa ação, vai ferir os artigos 6º e 66º do Código de Defesa do Consumidor. O primeiro diz que é necessário exibir a informação adequada sobre os diferentes produtos e de forma clara, com especificação correta de características como qualidade, quantidade, características, preço, assim como os riscos que o item pode apresentar.

Já o artigo 66º complementa ainda mais essas informações e foca no que é proibido. De acordo com ele, não é permitido fazer qualquer afirmação enganosa ou omitir informações relevantes sobre quaisquer uma das características mencionadas acima, além da durabilidade do item ou da sua garantia.

Por que o preço inbox é considerado um crime?

Por ser uma prática abusiva, os consumidores estão protegidos dela e, quando se sentirem lesados, têm o direito de denunciar ao Procon. Além disso, a empresa que não cumprir as ordens estabelecidas, as sanções previstas no artigo 56 do Código de Defesa do Consumidor. Entre elas, é possível citar:

  • multa;
  • inutilização do produto;
  • apreensão do item;
  • suspensão temporária das atividades da loja;
  • proibição de fabricação do produto;
  • interdição total ou parcial do estabelecimento em questão.

Por isso, é sempre bom evitar essa estratégia no seu negócio. Por mais que, aparentemente, existam algumas vantagens em utilizá-la, você jamais pode fazer algo que vá contra a lei.

Quais as razões para não optar pela prática do preço inbox?

Além de ser uma prática proibida por lei, como dito anteriormente, o preço inbox também oferece diversas desvantagens. A seguir, listamos algumas delas para convencer você a não a utilizar. Confira!

Redução das chances de compras por impulso

Com os clientes cada vez mais conscientes, é muito provável que as compras por impulso passem a diminuir com o passar do tempo. Esse tipo de prática, porém, ainda é uma realidade que ajuda a gerar bastante receita para as lojas virtuais.

Se você oculta o preço de um produto, automaticamente afasta os clientes em potencial e faz com que eles ganhem tempo para pensar se a compra é necessária, de fato. Essa simples ação, então, pode causar a perda de diversas oportunidades de fazer um bom negócio.

Dificuldade no processo de compra

Geralmente, quando uma pessoa considera o processo de compra de uma marca muito difícil, ela tende a escolher outra empresa. Como se essa informação não fosse o suficiente, um relatório da Forbes Insights mostra que 74% dos consumidores são propensos a comprar com base apenas na experiência — ou seja, quanto mais fácil ela for, melhor.

Sendo assim, imagine quantas vendas a sua loja perderia ao oferecer esse empecilho do preço inbox? Isso porque ter que esperar a resposta por Direct pode ser encarado como um dificultador de todo o processo de compra pelo cliente, o que pode desmotivá-lo a comprar de você — e, pior ainda, deixá-lo insatisfeito com a sua marca.

Possibilidade de gerar divergências

A prática de informar o preço somente por mensagem privada também pode gerar divergência no valor informado para cada cliente, o que também é proibido. Além disso, é inadmissível perante a lei que o mesmo produto tenha alterações de preço quando é ofertado nas mesmas circunstâncias e no mesmo momento para clientes diferentes.

Prática desagradável perante o mercado

O fato do consumidor ter que pedir o preço de um produto para o lojista desestimula a compra, além de ser visto como uma prática desagradável de modo geral. Em alguns casos, o interessado precisa do produto rapidamente e, por não encontrar a indicação do valor do item, pode procurar outro vendedor.

Por isso, é sempre bom lembrar que por conta da rapidez em que tudo acontece hoje em dia, ter que aguardar alguém responder qual é o preço de um produto pode fazer com que a pessoa perca o interesse nele.

Impactos no autoatendimento

O autoatendimento é uma das maiores tendências atuais do mercado e a expectativa é que seu uso cresça ainda mais a partir daqui. De uma maneira bem simples, ele propõe que o cliente realize todo o processo de maneira autônoma, sem que exista a necessidade de interagir com outro ser humano para concluir o atendimento.

Por essa lógica, fazer a divulgação do preço de um produto somente por mensagem tem um grande impacto nesse autoatendimento. Isso porque, ao invés de concluir a compra com poucos cliques — ou toques na tela — o consumidor precisará aguardar a resposta com o valor para que, somente depois disso, consiga decidir se vai ou não adquirir o produto ou serviço.

Aumento do trabalho para a equipe de vendas

Imagine que você acabou de postar sobre um produto novo sem divulgar o preço e 100 pessoas comentem perguntando sobre o preço. Já parou para pensar no trabalho que terá só para responder todas essas solicitações? É um esforço e tanto!

A estratégia de preço por inbox diminui a produtividade, além de causar um trabalho desnecessário para a equipe de vendas e para os gestores das redes sociais do seu negócio, que poderiam utilizar esse tempo para realizar outras ações mais estratégicas. Se você não tiver ajuda nesses setores, a situação fica ainda pior! O tempo que você perderá para responder a cada um pode ser precioso.

Como divulgar os preços de forma estratégica?

Como é proibido utilizar a divulgação por preço inbox, é preciso pensar na melhor maneira de divulgar os valores dos seus produtos com estratégia e transparência. Em um post do Instagram, por exemplo, não basta só colocar uma imagem do produto e deixar o público sem informações mais detalhadas.

Existem alguns dados que são indispensáveis e que os órgãos reguladores exigem que sejam listados quando um produto é divulgado. Entre eles, é possível citar:

Além disso, existem algumas estratégias que você pode utilizar no momento da divulgação. Entre elas:

  • usar a ancoragem de preço, que consiste em apresentar produtos similares, um ao lado do outro, em que um deles tem um valor mais alto, mas oferece mais benefícios;
  • oferecer o valor em parcelas;
  • aplicar a técnica de valores quebrados, que é uma estratégia de gatilho mental que apresenta o preço com um valor como R$19,99 ao invés de R$ 20. Isso dá a sensação de desconto;
  • utilizar o senso de urgência, em que termos como “últimas peças”, “agora” e “não perca tempo” são utilizados para despertar a vontade do consumidor de ter aquele produto antes que acabe.

Para vendedores que vendem exclusivamente de forma online, alguns pontos também são muito importantes. É necessário informar se o produto em questão é usado ou novo ou se conta com algum defeito de fabricação. Além disso, as fotos precisam ser, de preferência, reais. Caso uma foto da internet seja utilizada, será preciso informar que ela é meramente ilustrativa.

A única exceção são aqueles produtos que dependem de algum tipo de orçamento. Nesses casos, o valor não precisa ser exposto, porque depende de algumas variáveis para ser calculado. Mas, se esse não for o caso da sua loja, exibir o preço é obrigatório.

Como você pôde perceber, utilizar a prática de preço inbox, além de ser um crime previsto por lei, não oferece os benefícios que os lojistas imaginam. Nesses casos, os contras são maiores que os prós, então, é melhor deixá-la de fora do seu planejamento e da sua divulgação. Ao invés disso, você pode investir em outras estratégias que oferecem resultados melhores e mais duradouros. Então, aproveite e conheça tudo o que você precisa saber sobre a sacolinha do Instagram!

Jessica Azevedo

Marketing

Graduada em Turismo e pós graduada em Marketing Digital aplicado à Tecnologia da Informação. Tem na bagagem mais de 3 anos em SEO e tem como foco levar os melhores conteúdo para quem quer conhecer mais sobre o mercado digital.

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